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Segunda, 19 de Abril de 2021 - 00:00 Wagner rechaça 'ilação' de que não assinou CPI para defender Rui Costa
19/04/2021 15:44 em Notícias
Wagner rechaça 'ilação' de que não assinou CPI para defender Rui Costa
Foto: Geraldo Magela/ Agência Senado

“A ilação fica por conta de cada cabeça”. É assim que o senador Jaques Wagner (PT) responde ao ser questionado sobre as razões para não concordar com a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a falta de competência do governo federal em gerir a pandemia. A razão, garante ele, foi evitar que as atenções fiquem dissipadas entre a CPI e o real desafio: “Estou mais a fim de salvar a vida do que procurar culpado”.

 

A fala é uma resposta à circulação de informações desencontradas, especialmente nos bolsões bolsonaristas, de que o senador não assinou o requerimento de instalação da CPI ou optou por não participar do colegiado apenas para evitar investigar o governo baiano. “Continuo com a minha posição. Acho que a gente devia dedicar nossas energias para conseguir vacina e quando passar a fase mais crítica, poderia instalar a CPI”.

 

CASO DOS RESPIRADORES

Citado com frequências pelas hostes bolsonaristas como o “calo” de Rui Costa, os episódios envolvendo as aquisições de respiradores pelo governo da Bahia e pelo Consórcio Nordeste não evoluíram após o caso “subir” para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Por ter relação com governadores, a prerrogativa de foro mudou e interrompeu as investigações em curso, segundo Wagner.

 

O senador apontou que às vésperas de um entendimento para que a empresa responsável por uma das compras devolvesse ao menos R$ 30 milhões da compra não concretizada, a matéria foi remetida à Procuradoria-Geral da República. “Quando foi puxado para Brasília, a Justiça daqui disse não é comigo. Aí liberou. Uma possibilidade de recuperar pelo menos R$ 30 milhões do total caducou”, lamentou o petista.

 

QUEIXA-CRIME

Após ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma queixa-crime contra o presidente Jair Bolsonaro por prevaricação, Wagner reforçou as críticas ao chefe do Executivo federal. “Foi ofertado a ele em agosto do ano passado 70 milhões de doses da Pfizer em agosto e ele negou. Ele negou a doença, negou os cuidados, não quis comprar a vacina...”, exemplificou o senador.

 

O petista trata Bolsonaro como “réu confesso”, o que serve como justificativa para discordar da instalação de uma CPI no atual contexto da pandemia. “Eu não sei exatamente o que querem investigar”, ponderou, ao tempo em que reforçou a densidade política dos companheiros de Senado que integram a comissão. “São pessoas preocupadas com a República”, avaliou.

 

Calejado sobre as críticas que recebeu pela situação envolvendo a não assinatura da CPI da Covid-19, Wagner brinca. “Eu apanhei dentro do PT e das hostes do nosso lado por não ter assinado. Não acho que é o melhor momento”, completa, mantendo a mesma posição inicialmente defendida.

 
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